12 setembro 2012

Julgamento

Você me julgou, e eu também lhe julguei.
Usei as pessoas ao meu redor para que isso acontecesse.
Não tive coragem de assumir que não concordava com seus atos.
Não fui sincero em dizer-lhe isso face a face.
Usei o outro.
Usei frases de efeito moral.
Coloquei-as de forma que se sentisse culpado com relação ao que fez.
Me imaginei puro e inatingível.
Dessa forma, tornei-me fio condutor da justiça.
Como não fui eu que lhe disse, não fui eu quem fiz.
Mas fui eu sim, quem pensou, articulou e até lhe fez chorar.
Todos somos condutores de pensamentos e ações.
Todos somos responsáveis pelas energias que cercam a nós e as pessoas com as quais envolvemos nossos pensamentos.
Sim, eu te julguei.
E agora, estou me julgando.
Isso eu posso, posso julgar-me.
Perdoe-me por ter lhe feito sentir a moralidade do mundo.
Perdoe-me ter feito com que as pessoas na rua apontassem você.
Perdoe-me se em muitas e em outras tantas circunstâncias, se sentiu o ultimo dos últimos.
Também já me senti assim.
E agora, que tomo consciência desse sentimento, não prometo, mas posso tentar.
Tentar não te julgar.
Perdoe-me

Um comentário:

Valéria disse...

Oi Cucla!
Muitas vezes temos que ser humildes e perceber quando erramos para pedir perdão a quem julgamos mal.
Belos versos!
Beijinhos!